sexta-feira, 26 de abril de 2024

O Eu Que Eu Era

O Eu Que Eu Era

Começo a narrar esta história a partir do momento em que me lembro de começar a existir. Uma criança como outra qualquer, que gostava de correr e brincar, é assim que eu me lembro de ter sido. Lembro-me que amava muito meu pai, e que sempre corria para o colo dele quando ele chegava do trabalho. Me lembro que ele sempre me mandava colocar a mão no seu bolso, de onde eu tirava um delicioso chocolate ou algumas balas. De minha mãe me lembro pouco. Só me lembro de ela fazer várias coisas gostosas, e de fazer de tudo para eu comer arroz doce, o que eu detestava. Também me lembro de que uma vez ela caiu, enquanto carregava um monte de vasilhas na cabeça, e de que eu ri muito, gritando: bem feito! bem feito! Pelo que fui severamente repreendido e levei uns tapas. Não entendi muito bem o motivo de ter apanhado, já que tinha sido engraçado o tombo. Devo ter feito algo muito ruim para merecer tal castigo.
Me lembro de ter passado parte da infância na casa de minha avó, a Badô, em Governador Valadares. Me lembro de gostar muito de um pianinho de brinquedo de minha irmã e de correr atrás de tanajuras. O quintal era grande e dava pra correr bastante. Meu avô saía bem cedinho e comprava o pão, que vinha enrolado em papel, amarrado com barbante. Ele deixava o pão numa abertura que havia no muro, próximo ao portão. Minha avó ia bem cedo e pegava o pão para tomarmos o café da manhã. Ela preparava café bem quentinho, leite e pão com manteiga Ibituruna, uma delícia. Ela sempre dizia que podíamos comer à vontade, mas, às vezes, dizia que comíamos demais.
Depois me lembro que mudamos para Coronel Fabriciano. Eu não gostava de usar roupas. Lembro-me de tirar o short e ficar andando pelado por aí. Meus pais me reprovavam por essa atitude e me mandavam colocar as roupas. Morávamos em uma rua apelidada pelos moradores de Beco, pois para chegar à mesma tínhamos que passar por um estreito beco que dava para a rua de barracões de aluguel, onde vivíamos. Nesse endereço, me lembro de ter sido atropelado por um fusca ao atravessar a rua para ir à padaria. Felizmente não foi nada grave, e aqui estou escrevendo essa narrativa.
Depois nos mudamos para outro bairro, onde me recordo de uma briga entre minha mãe e a vizinha. O tempo fechou! Eram xingamentos mútuos. Baldes dágua pra lá, Tijoladas pra cá. E lá fomos nós mudar de novo. Graças a um prêmio na loteria mineira, meu pai conseguiu comprar um terreno onde havia uma casa pré-construída. Alí eu passaria a maior parte de minha infância e cresceria. Foi também onde passei alguns  dos momentos mais difícieis de minha existência. 
Chegamos naquela visinhança e fui logo conhecendo os novos coleguinhas da rua. Sergio, Olavo, Cleyson e Clovis foram os primeiros que conheci, e os que se tornaram mais próximos. Sérgio achou estranho que eu ainda usava chupeta. Não entendi o porque. Achei estranho que dias depois minha chupeta sumiu misteriosamente. Chorei, esperneei, até ganhar dinheiro pra comprar uma nova. Mas aí eu já não achei graça no objeto e o abandonei de vez. Comecei a estudar num jardim de infância que ficava a mais ou menos uma hora de caminhada de onde eu morava. Não tinha muitos privilégios, por isso tinha que ir a pé mesmo, na companhia de meu irmão Edu. Embora ele fosse um pouco mais velho que eu, acabamos entrando juntos na escola, talvez por causa das constantes mudanças da família. Me lembro de fazer pinturas com aquarela, de aprender cantigas infantis e a escrever meu próprio nome. Me lembro também da despedida do jardim de infância, e da bonita professora que tínhamos.
No primeiro ano do ensino primário, me lembro de ter ido com minha mãe que me deixou lá. Não sei porque, chorei muito naquele primeiro dia. Tudo era tão estranho. Mas eu estava na turma de uma professora muito bonita, o que me acalmou. No dia seguinte, não sei porque razão, me trocaram de turma para a de uma outra professora muito feia a meu ver, Ana Gualberto, era o nome dela, se não me engano. Abri o berreiro. Com o tempo passei a gostar muito dessa professora, e com ela aprendi a ler e escrever.
No segundo ano, minha professora era uma verdadeira megera! Eu a odiava! Ela ameçava grampear a língua dos alunos se eles não se calassem, me inscreveu num programa de auxílio escolar por puro preconceito e disse que eu não precisava me preocupar pois eu não era “negro”. Certa vez ela quebrou uma régua de madeira em minhas costas. Quando vi a régua já estava quebrada. Um dia ela colocou um coleguinha do meu lado para que ele me fizesse apagar o texto toda vez que a letra ficasse “feia”. Certo dia peguei um dinheiro de meu pai sem pedir autorização e levei para comprar lanche na escola. Pensei que de alguma forma alguém saberia que eu tinha pego o dinheiro sem pedir ao meu pai. Então tive a brilhante idéia de dizer que havia achado o dinheiro em baixo da carteira. A professora mais do que depressa me tomou o dinheiro dizendo que iria guardar até aparecer o dono. Depois eu perguntei a ela se ela tinha achado o dono do dinheiro e ela disse: já chupei picolé com o dinheiro. Ai que ódio me deu! Me lembro de ter me vingado dela no final do ano dando nela uma bolada no peito num jogo de queimada. E assim o ano letivo chegou ao fim e eu continuei a trajetória em outra turma, com outra professora, nunca mais cruzando com a bruxa malvada.
Comecei a sofrer certos tipos de discriminação, supostamente por questionarem minha virilidade. Eu só me lembro de ficar com muito ódio de tudo e de todos, pois não enxergava em mim nenhum problema. Só me achava uma criança como outra qualquer, com a única diferença de ser sensível e gostar de música e de dançar. Começaram a me bater em casa e a me forçar a fazer trabalhos domésticos. Tinha ódio disso também, mas não tinha forças para me defender, então me submetia. Na escola passei a sofrer algumas tentativas de bullying, muitas bem sucedidas. Entre os colegas me sentia meio deslocado por não me sair tão bem nos jogos de futebol. Comecei a me interessar cada vez mais pela música. Minhas irmãs começaram a ser bastante agressivas e a me maltratar com surras e até privação de alimento. O casamento de meus pais foi por água abaixo depois de alguns problemas, pra não entrar em detalhes.
As irmãs então se tornaram as donas do pedaço e as surras pioraram. 
 Na adolescência conheci o karatê, que me ajudou muito a me tornar mais corajoso, forte e independente. Parei de apanhar em casa e na rua, o que foi uma grande revolução em minha vida. Conheci os grandes mestres Júlio Olguin e Matias Olguin, e amigos. Também me matriculei num curso do SENAI da USIMINAS, onde conheci pessoas incríveis. Eu treinava karatê e fazia o curso que, eu pensava, ia me dar uma profissão e um emprego vitalício. Felizmente isso não se concretizou. Continuei a treinar karatê e me formei faixa preta. Pouco tempo depois saí de Coronel Fabriciano e mudei-me para Belo Horizonte. 
 Na capital comecei a trabalhar na empresa Bang Bang Burger, onde fiquei por quatro anos. Conheci o professor Neweton, grande amigo da Federação Mineira de Karatê. Treinei com esse mestre muitos anos, competi vários campeonatos e ganhei muitas medalhas. Me tornei Adventista do Sétimo Dia. Por causa disso fiquei desempregado 3 anos. Vivia de bicos e de aulas de karatê. 
 Decidi terminar meus estudos e me inscrevi nas provas do Telecurso 2000. Consegui concluir o ensino médio e me inscrevi no vestibular da UFMG em 2001. Passei no vestibular para o curso de Letras, o que mudou minha perspectiva de vida completamente. Trabalhei como estagiário em vários setores da universidade, até me formar em 2007, após ter participado de um programa de intercâmbio nos EUA. 
 Após alguns anos trabalhando como professor na rede municipal de Contagem, e na Fundação João Pinheiro, fui aprovado num concurso para trabalhar na UFMG onde permaneço até hoje. Formei-me também em Música em 2016. Aprendi a tocar flauta transversa e estudei canto popular. Hoje continuo trabalhando na Federal e me dedicando ao estudo da música. Não sei se continuo sendo aquela mesma pessoa que eu era quando criança, mas ainda tento evoluir. Tento crescer. Acho que a vida é muito curta para chegarmos a ser quem realmente deveríamos, mas o importante é que não deixemos de seguir tentando.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Os Golpes da Sabedoria

Há um processo de anulação social que consiste em ver o sofrimento de uma pessoa e nunca abordar o tema diretamente, mas apenas de maneira difusa e dissimulada. Comenta-se e usa-se a pessoa como exemplo, mas apenas de maneira informal. Como consequência, a pessoa vítima é quem acaba desempregada e na informalidade, tendo que viver de subatividades como a coleta de recicláveis ou a venda de produtos cosméticos. Há uma destituição de valor e de identidade para a vítima, ao passo que as pessoas no topo da pirâmide enriquecem e se tornam cada vez mais proeminentes no sistema social. Más é possível lutar contra isso através do uso inteligente das faculdades intelectuais e da argumentação eficiente. Não se deve nunca partir para o corpo a corpo ou o ataque direto. Os golpes da sabedoria são muito mais contundentes.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

ANDRÉ

ANDRÉ

De Renato Frossard para André Frossard 

Acorda cedo
Separa o pão do irmão
Já saí pela casa armando confusão
Derruba uma mesa, estoura um balão

Um, dois, três cadê?
Já sumiu pra rua
Fazendo estrepolia
É o rei da brincadeira
Choque na geladeira

Com o outro irmão é protagonista
De traquinagens terríveis
A caixa de papelão
Tinha tijolo no chão
Segura a risada até que se vão
Ou você pode apanhar

Irmãos felizes a brincar
A sonhar com um mundo colorido e com oportunidades
Conversas com os amigos
Quase todos os mesmos
Enquanto um estuda, o outro está em casa
Depois um vai e o outro sai
O irmão é seu modelo
A sobrinha chora.
Oh tadinha, !tapa!

Mas o tempo muda a gente e muda as coisas
Por não termos uma bola de cristal
Nem máquina do tempo
Não percebemos que o tempo ia nos afastar
Nos levar para lugares distantes
E nos encher de ressentimentos
E de lágrimas retidas

Mas sempre há tempo de rever as mágoas
Passar manteiga
E comer com pão
André, vem tomar café.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Les Invisibiles

Les Invisibiles



Renato Frossard 

renatofrossard@gmail.com



Meus pais tiveram ao todo 8 filhos. Eu sou o do meio. Não sei ao certo o que isso significa mas senti, desde cedo, um peso maior de responsabilidade, de ser aquele que a todos desse orgulho e que ajudasse aos outros. Mas cresci sentindo uma estranha espécie de solidão e de tristeza.


A família mudou-se para uma cidadezinha no interior de Minas Gerais, lugar que ainda estava começando a se formar e a se firmar. Ali moramos primeiro de aluguel e, depois, meu pai comprou uma casinha com o dinheiro de um prêmio ganhado na loteria mineira. O sonho da casa própria se tornava realidade. 


Eu e meu irmão fomos matriculados na escola primária, pois, por causa dessas mudanças constantes, meu irmão ficou com a idade defasada em relação ao ano escolar. Já as minhas irmãs foram para o ensino fundamental. Os outros ainda não estavam em idade escolar. Íamos todos os dias a pé para a escola e não reclamávamos. Também não era comum os pais levarem seus filhos pra escola. A gente ia sozinho mesmo.


Meu pai trabalhava no centro da cidade, mas depois transferiu a oficina para a nossa casa no bairro onde morávamos. Sempre lutou muito para manter a família e sempre teve muita fé. Sinto orgulho de seu exemplo, mas, ao mesmo tempo, me ressinto de que o mundo o tenha tratado tão mal. Aliás, por que será que o mundo trata tão mal as pessoas boas?


Minha mãe… Ah, minha mãe. Complicado dizer sobre minha mãe. Um pequeno ato que gerou grandes consequências fez o casamento de meus pais chegar ao fim. Mas mesmo antes disso, nossa relação com nossa mãe era complicada. Ela não era muito de beijos e abraços e se preocupava mais com que cada um se ocupasse de alguma tarefa e que cumprisse suas obrigações. Também batia na gente, surras monumentais, quando quebrávamos alguma regra. Só depois de velho e quase na hora da morte de mamãe eu entendi melhor o seu sofrimento. Pena eu não ter entendido antes. Passei a vida toda julgando-a e deixei de apoia-la mais. Deixei de abraça-la mais.


Eu e minha família, desde que eu me entendo por gente, fomos os caudas da sociedade. Nunca conseguimos ascender muito socialmente e meu pai passou a vida inteira nessa casinha que comprou por sorte. Sopinhas de escola muitas vezes ajudaram a gente a encher a barriga e a escola era, pra mim, um meio de ter esperança de conseguir um emprego no futuro. Eu não entendia muito bem porque ou para quê eu estudava. Apenas enchia minha cabeça de informação, sem de fato desenvolver o pensamento crítico. Foi apenas anos mais tarde quando cursei o colégio que passei a entender que a pura memorização não trará necessariamente benefícios. É preciso desenvolver a capacidade intelectual para entender o complexo e injusto sistema social e, assim, tentar minimizar os impactos prejudiciais desse sistema em nossa vida. Basicamente, já sabemos, o sistema é assim: ricos pra cima, pobres pra baixo.


Tentei várias coisas, cursos, provas, exército, indústria e comércio. Mas só através da formação universitária encontrei realmente um caminho profissional. Mas, como nada é definitivo, de uma hora pra outra, o que parecia ser uma sólida carreira profissional no serviço público, foi colocada em dúvida. De repente, me encontrei como no início: só o pó e a caatinga.


Sociedade é uma palavra complexa pois envolve tudo aquilo que nos permite viver, mas também protagoniza tudo o que temos de ruim: a injustiça, o preconceito, a discriminação. Porque os pobres são temidos pelos ricos, que se opõem a sua ascenção social? Por causa de uma interpretação errônea, um medo infundado dessas pessoas de que a ascenção do pobre as prejudique quando, na verdade, só traria uma sociedade mais justa e igualitária. Mas, ao contrário, somos les Invisibiles, pessoas sem rosto e sem vez, sempre os últimos na cadeia de prioridades da sociedade e dos governantes.


Vou concluir esse texto mais por força da brevidade do artigo, mas esse assunto ainda poderia render muitos e muitos parágrafos. Porque a sociedade parece querer nos apagar do mapa? De onde vem tanto ódio? Só me resta refletir e ter fé de que as coisas ainda vão melhorar. Preciso levantar a cabeça e olhar para frente. Recomeçar. Por outro lado, preciso assistir silenciosa e respeitosamente ao esforço de artistas, lideranças, políticos, sacerdotes, donas de casa e de tantos outros atores que lutam contra a injustiça social. Fazer com que a minha voz silencie durante a transmissão de seus programas e reportagens, também é uma forma de dizer que eu também luto por eles.



Saber Esperar

SABER ESPERAR 

Às vezes, para não sucumbir, temos que saber esperar. Esperar a solução de um problema que requer tempo, esperar o fim do mês, esperar passar o feriado, esperar a conclusão de um processo.

Nós humanos costumamos querer tudo de imediato. Queremos a solução dos problemas pra ontem. Não conseguimos sequer esperar a passagem de uns poucos dias. Isto nos causa angústia, nos deixa deprimidos e desesperados. É como se a nossa própria vida dependesse daquela resposta.

Mas não devemos ser assim. Precisamos ter mais paciência diante do inevitável. Esperar um pouco e deixar Deus agir. Não podemos deixar que o medo e o desespero acabem com a nossa existência. Às vezes, uma lágrima de resignação vale mais do que dinheiro. E saber calar-se diante de uma injustiça para evitar um prejuízo maior, também é sabedoria.

Muitas vezes já estamos cansados de lutar. Já batemos tanto e apanhamos mais ainda. Isso nos deixa atônitos e sem saber como agir. Mas se olharmos em volta veremos que, lá fora, ainda há muita vida e oportunidades. A fé é o que nos alimenta e nos impulsiona a seguir em frente. Confiança de que, de alguma forma, Deus garantirá a continuidade da vida.

Cuide de suas feridas. Dê tempo ao tempo. Respire. As coisas não se resolvem da noite para o dia. Nem tudo que pensamos ser bom para nós é de fato. Às vezes perder é ganhar. Deixar cair algo de nossas mãos, soltar a corda, muitas vezes é melhor do que tentar reter a todo custo um aparente benefício. A vida não acabou. Não deixe que o sistema injusto e frio atormente sua alma. Leve a Deus a suas angústias e sofrimento.
Aprenda a aceitar que nem tudo está sob nosso controle. Deixe Deus ser Deus. Entregue a Ele tudo aquilo que não depende de uma ação direta sua. 

Para viver em paz, muitas vezes temos que tomar decisões contrárias aos nossos anseios e metas. Temos que pausar, alterar ou ajustar a rota. A viagem pode se tornar mais lenta, o caminho mais acidentado. Mas temos que aprender a esperar. Deixe-se embalar pelo barulhinho do relógio e durma. Descanse enquanto Deus trabalha para te dar aquilo que você precisa. E sonhe com dias melhores.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Diário - Atualizaçaão diária

Diário 

16/11/2023

Ontem ao dormir estava meio febril, sentindo calafrios pelo corpo. É que o calor estava insuportável e depois de tomar um banho na temperatura ambiente tive esses tremores. Depois tomei uma dipirona e fui deitar. Acordei de madrugada ensopado de suor. Tirei a roupa molhada e me levantei um pouco, depois voltei a dormir.

Hoje pela manhã já estava curado. Não tinha mais nenhum sintoma de febre, graças a Deus. Mas ainda estava um pouco deprimido por causa dos problemas profissionais. Mas com o passar do dia fui me sentindo melhor. O ânimo foi retornando à medida que fui recobrando a esperança. A certeza de que posso começar de novo, se necessário, me fortaleceu.

Fui à casa de minha irmã pela tarde e deitei em uma das camas dos meninos e acabei pegando no sono. Acordei com ela me chamando quando chegou para almoçar. Depois conversamos um pouco e assistimos TV. Fui para casa e fiz um pouco de exercícios físicos, depois assisti TV e procurei resolver alguns problemas pessoais. Estou tendo que ter muita paciência neste momento porque se eu fujo das pessoas, elas parecem me procurar, no sentido de acabar gerando algum conflito. E a última coisa que estou caçando é conflito.

Agora estou no bairro Floresta, caminhando. Sentei-me próximo a um ponto de ônibus abandonado e estou aqui escrevendo. Fica perto de onde um amigo de juventude morava. 

Vou fechando a edição de hoje. Volto caso aconteça algo relevante. Abraço! FUI!

Renato 

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15 de Novembro de 2023


Estou começando hoje, por isso cobrirei também os eventos dos últimos dias. A IFE cortou quase todo o meu pagamento, o que me deixou muito triste e aflito. Num primeiro momento eu não entendi direito o que havia ocorrido. Depois, fui compreendendo que eles não cessaram de me atacar e que, qualquer oportunidade, tentarão me afligir e me fustigar com castigos.


Fiquei deprimido e zangado. Xinguei muito. Foi extremamente doloroso constatar que, apesar de todos os meus argumentos, a IFE não cumpre as leis em relação aos direitos humanos e civis. Me pergunto, às vezes, que tipo de pessoa pode viver para causar sofrimento em outras pessoas e respirar para fazer mal? As pessoas que estão por trás desse desconto injusto, não a que fez o lançamento, mas aquele que ordenou sua execução, não deve ser de carne e osso.


Mas, felizmente, o golpe que me deram me aproximou mais de Deus essa semana. Senti que devia finalmente me desapegar de algumas coisas e me aproximar de Jesus. Em meio a toda a depressão que este ocorrido me causou, tentei cultivar a esperança e a fé. Afirmei a mim mesmo que posso recomeçar do zero e que vencerei, com a ajuda de Deus.


Infelizmente, o grupo de pessoas que tem me atacado há cerca de 10 anos foi cruel essa semana. Atacaram como se algum evento mágico lhes tivesse aberto um portal. Usaram toda sua baboseira para causar ainda mais sofrimento. Gritos de criança, esfregar de pés, avançar com o carro para cima de mim, criar motivos para discutir, ficar indo e voltando em minha direção, cruzar forçadamente meu caminho, disparar alarmes sem necessidade, bater portas, e comentar, comentar, e mais comentar sobre algo que supostamente diria respeito a mim. Tudo isso, como sempre, fazendo parecer que é normal, que se você tentar repelir a pessoa ela dirá: Ainnn, você está loucoamm! Minha cabeça dói, meu corpo está cansado. Estou cheio de dúvidas em relação ao futuro e isolado de todos. Não me deixam trabalhar ou conseguir alguma renda extra, a não ser que um bom amigo resolva dar oportunidade. Estou lutando para reconstruir minha fé. Sinto me um tolo por ter permitido que me afastassem de minhas funções no órgão. Devia ter batido pé e dito que não me afastaria e que o diretor não tinha direito de me impedir de trabalhar como ele fez. E tudo isso ocorreu na pandemia, e não me deram nenhum apoio ou suporte naquele momento difícil. Fiquei literalmente na rua. 


Hoje me senti meio febril, pois o calor estava muito forte. Tomei um longo banho frio, mas a água estava até morna. Depois que saí do banho tive calafrios. Me aqueci e orei com um vídeo de healing scriptures with soaking music. Esse vídeo é poderoso contra as obras do inimigo. Estou me sentindo um pouco melhor. Estou tentando manter o silêncio e a minha resiliência. Sei que Deus não está preso no papel!

Renato 




terça-feira, 14 de novembro de 2023

Um Mundo Doente

Um Mundo Doente


O mundo está doente e ele quer nos adoecer.  As pressões que enfrentamos dia a dia, vindas de todos os lados, torturam nossa mente quase todo o tempo. E de tanto esses estímulos se repetirem, desenvolvemos padrões de comportamento que se assemelham aos demonstrados nas diferentes doenças mentais. 


Não sei se isso ocorre com  outras pessoas,  se ocorre sincronamente ou assincronamente com outras pessoas,  mas uma convivência forçada com a doença mental alheia tem sido o estopim para muitas dificuldades e sofrimento.  E, infelizmente,  a sociedade tem preferido ignorar o fenômeno.  As pessoas preferem atribuir tudo a uma alucinação ou delírio da vítima,  inclusive os psiquiatras. Como se o alarme de carro que está importunando a cada minuto fosse apenas minha imaginação,  ou se o motorista que joga seu carro sobre o pedestre na rua  não existisse. Agressões infundadas e sem sentido contra pessoas inocentes.  


Quantas vezes tive o ímpeto de xingar e censurar essas pessoas pelos seus atos.  Cheguei mesmo a sentir raiva, ira. Mas aos poucos fui entendendo a inutilidade disso. Mas as pessoas foram se tornando  mais ousadas e agressivas, a ponto de nos ofender dentro de nossa casa. Então, embora eu reconheça a importância dos médicos psiquiatras no enfrentamento dessas coisas, acho que é urgente o posicionamento das autoridades diante desse problema social. Colocar toda a culpa nos “devaneios” da vítima não ajuda muito, na minha opinião. 


Certo poeta disse uma vez: “cure o mundo!” Mas será possível curar o mundo sem antes curar a si próprio?  Não creio. Acho que primeiro precisamos de cura para a nossa alma para, somente então, podermos pensar em ajudar outras pessoas.  Curar o nosso coração para então curar o coração de outros. E a melhor forma de se conseguir fazer isto é nos entregando a Jesus. Jesus nos ajudará, não importam as circunstâncias, nunca nos deixará. E quando Ele tiver terminado sua obra em nós, não haverá loucura que tire a nossa paz.