MURAL DE TEXTOS AUTORAIS
Este blog pertence ao Renato Frossard, e serve como um mural para meus textos autorais. Também pretende ser um espaço de leitura aos que se interessarem por cultura geral, música, filosofia, literatura, educação, ensino, idiomas, culinária e outros assuntos. Renato Frossard é o autor de todos os textos.
sexta-feira, 26 de abril de 2024
O Eu Que Eu Era
segunda-feira, 8 de janeiro de 2024
Os Golpes da Sabedoria
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
ANDRÉ
quinta-feira, 16 de novembro de 2023
Les Invisibiles
Les Invisibiles
Renato Frossard
Meus pais tiveram ao todo 8 filhos. Eu sou o do meio. Não sei ao certo o que isso significa mas senti, desde cedo, um peso maior de responsabilidade, de ser aquele que a todos desse orgulho e que ajudasse aos outros. Mas cresci sentindo uma estranha espécie de solidão e de tristeza.
A família mudou-se para uma cidadezinha no interior de Minas Gerais, lugar que ainda estava começando a se formar e a se firmar. Ali moramos primeiro de aluguel e, depois, meu pai comprou uma casinha com o dinheiro de um prêmio ganhado na loteria mineira. O sonho da casa própria se tornava realidade.
Eu e meu irmão fomos matriculados na escola primária, pois, por causa dessas mudanças constantes, meu irmão ficou com a idade defasada em relação ao ano escolar. Já as minhas irmãs foram para o ensino fundamental. Os outros ainda não estavam em idade escolar. Íamos todos os dias a pé para a escola e não reclamávamos. Também não era comum os pais levarem seus filhos pra escola. A gente ia sozinho mesmo.
Meu pai trabalhava no centro da cidade, mas depois transferiu a oficina para a nossa casa no bairro onde morávamos. Sempre lutou muito para manter a família e sempre teve muita fé. Sinto orgulho de seu exemplo, mas, ao mesmo tempo, me ressinto de que o mundo o tenha tratado tão mal. Aliás, por que será que o mundo trata tão mal as pessoas boas?
Minha mãe… Ah, minha mãe. Complicado dizer sobre minha mãe. Um pequeno ato que gerou grandes consequências fez o casamento de meus pais chegar ao fim. Mas mesmo antes disso, nossa relação com nossa mãe era complicada. Ela não era muito de beijos e abraços e se preocupava mais com que cada um se ocupasse de alguma tarefa e que cumprisse suas obrigações. Também batia na gente, surras monumentais, quando quebrávamos alguma regra. Só depois de velho e quase na hora da morte de mamãe eu entendi melhor o seu sofrimento. Pena eu não ter entendido antes. Passei a vida toda julgando-a e deixei de apoia-la mais. Deixei de abraça-la mais.
Eu e minha família, desde que eu me entendo por gente, fomos os caudas da sociedade. Nunca conseguimos ascender muito socialmente e meu pai passou a vida inteira nessa casinha que comprou por sorte. Sopinhas de escola muitas vezes ajudaram a gente a encher a barriga e a escola era, pra mim, um meio de ter esperança de conseguir um emprego no futuro. Eu não entendia muito bem porque ou para quê eu estudava. Apenas enchia minha cabeça de informação, sem de fato desenvolver o pensamento crítico. Foi apenas anos mais tarde quando cursei o colégio que passei a entender que a pura memorização não trará necessariamente benefícios. É preciso desenvolver a capacidade intelectual para entender o complexo e injusto sistema social e, assim, tentar minimizar os impactos prejudiciais desse sistema em nossa vida. Basicamente, já sabemos, o sistema é assim: ricos pra cima, pobres pra baixo.
Tentei várias coisas, cursos, provas, exército, indústria e comércio. Mas só através da formação universitária encontrei realmente um caminho profissional. Mas, como nada é definitivo, de uma hora pra outra, o que parecia ser uma sólida carreira profissional no serviço público, foi colocada em dúvida. De repente, me encontrei como no início: só o pó e a caatinga.
Sociedade é uma palavra complexa pois envolve tudo aquilo que nos permite viver, mas também protagoniza tudo o que temos de ruim: a injustiça, o preconceito, a discriminação. Porque os pobres são temidos pelos ricos, que se opõem a sua ascenção social? Por causa de uma interpretação errônea, um medo infundado dessas pessoas de que a ascenção do pobre as prejudique quando, na verdade, só traria uma sociedade mais justa e igualitária. Mas, ao contrário, somos les Invisibiles, pessoas sem rosto e sem vez, sempre os últimos na cadeia de prioridades da sociedade e dos governantes.
Vou concluir esse texto mais por força da brevidade do artigo, mas esse assunto ainda poderia render muitos e muitos parágrafos. Porque a sociedade parece querer nos apagar do mapa? De onde vem tanto ódio? Só me resta refletir e ter fé de que as coisas ainda vão melhorar. Preciso levantar a cabeça e olhar para frente. Recomeçar. Por outro lado, preciso assistir silenciosa e respeitosamente ao esforço de artistas, lideranças, políticos, sacerdotes, donas de casa e de tantos outros atores que lutam contra a injustiça social. Fazer com que a minha voz silencie durante a transmissão de seus programas e reportagens, também é uma forma de dizer que eu também luto por eles.
Saber Esperar
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
Diário - Atualizaçaão diária
Diário
16/11/2023------------------------------------------------------------------------------
15 de Novembro de 2023
Estou começando hoje, por isso cobrirei também os eventos dos últimos dias. A IFE cortou quase todo o meu pagamento, o que me deixou muito triste e aflito. Num primeiro momento eu não entendi direito o que havia ocorrido. Depois, fui compreendendo que eles não cessaram de me atacar e que, qualquer oportunidade, tentarão me afligir e me fustigar com castigos.
Fiquei deprimido e zangado. Xinguei muito. Foi extremamente doloroso constatar que, apesar de todos os meus argumentos, a IFE não cumpre as leis em relação aos direitos humanos e civis. Me pergunto, às vezes, que tipo de pessoa pode viver para causar sofrimento em outras pessoas e respirar para fazer mal? As pessoas que estão por trás desse desconto injusto, não a que fez o lançamento, mas aquele que ordenou sua execução, não deve ser de carne e osso.
Mas, felizmente, o golpe que me deram me aproximou mais de Deus essa semana. Senti que devia finalmente me desapegar de algumas coisas e me aproximar de Jesus. Em meio a toda a depressão que este ocorrido me causou, tentei cultivar a esperança e a fé. Afirmei a mim mesmo que posso recomeçar do zero e que vencerei, com a ajuda de Deus.
Infelizmente, o grupo de pessoas que tem me atacado há cerca de 10 anos foi cruel essa semana. Atacaram como se algum evento mágico lhes tivesse aberto um portal. Usaram toda sua baboseira para causar ainda mais sofrimento. Gritos de criança, esfregar de pés, avançar com o carro para cima de mim, criar motivos para discutir, ficar indo e voltando em minha direção, cruzar forçadamente meu caminho, disparar alarmes sem necessidade, bater portas, e comentar, comentar, e mais comentar sobre algo que supostamente diria respeito a mim. Tudo isso, como sempre, fazendo parecer que é normal, que se você tentar repelir a pessoa ela dirá: Ainnn, você está loucoamm! Minha cabeça dói, meu corpo está cansado. Estou cheio de dúvidas em relação ao futuro e isolado de todos. Não me deixam trabalhar ou conseguir alguma renda extra, a não ser que um bom amigo resolva dar oportunidade. Estou lutando para reconstruir minha fé. Sinto me um tolo por ter permitido que me afastassem de minhas funções no órgão. Devia ter batido pé e dito que não me afastaria e que o diretor não tinha direito de me impedir de trabalhar como ele fez. E tudo isso ocorreu na pandemia, e não me deram nenhum apoio ou suporte naquele momento difícil. Fiquei literalmente na rua.
Hoje me senti meio febril, pois o calor estava muito forte. Tomei um longo banho frio, mas a água estava até morna. Depois que saí do banho tive calafrios. Me aqueci e orei com um vídeo de healing scriptures with soaking music. Esse vídeo é poderoso contra as obras do inimigo. Estou me sentindo um pouco melhor. Estou tentando manter o silêncio e a minha resiliência. Sei que Deus não está preso no papel!
Renato
terça-feira, 14 de novembro de 2023
Um Mundo Doente
Um Mundo Doente
O mundo está doente e ele quer nos adoecer. As pressões que enfrentamos dia a dia, vindas de todos os lados, torturam nossa mente quase todo o tempo. E de tanto esses estímulos se repetirem, desenvolvemos padrões de comportamento que se assemelham aos demonstrados nas diferentes doenças mentais.
Não sei se isso ocorre com outras pessoas, se ocorre sincronamente ou assincronamente com outras pessoas, mas uma convivência forçada com a doença mental alheia tem sido o estopim para muitas dificuldades e sofrimento. E, infelizmente, a sociedade tem preferido ignorar o fenômeno. As pessoas preferem atribuir tudo a uma alucinação ou delírio da vítima, inclusive os psiquiatras. Como se o alarme de carro que está importunando a cada minuto fosse apenas minha imaginação, ou se o motorista que joga seu carro sobre o pedestre na rua não existisse. Agressões infundadas e sem sentido contra pessoas inocentes.
Quantas vezes tive o ímpeto de xingar e censurar essas pessoas pelos seus atos. Cheguei mesmo a sentir raiva, ira. Mas aos poucos fui entendendo a inutilidade disso. Mas as pessoas foram se tornando mais ousadas e agressivas, a ponto de nos ofender dentro de nossa casa. Então, embora eu reconheça a importância dos médicos psiquiatras no enfrentamento dessas coisas, acho que é urgente o posicionamento das autoridades diante desse problema social. Colocar toda a culpa nos “devaneios” da vítima não ajuda muito, na minha opinião.
Certo poeta disse uma vez: “cure o mundo!” Mas será possível curar o mundo sem antes curar a si próprio? Não creio. Acho que primeiro precisamos de cura para a nossa alma para, somente então, podermos pensar em ajudar outras pessoas. Curar o nosso coração para então curar o coração de outros. E a melhor forma de se conseguir fazer isto é nos entregando a Jesus. Jesus nos ajudará, não importam as circunstâncias, nunca nos deixará. E quando Ele tiver terminado sua obra em nós, não haverá loucura que tire a nossa paz.